sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Cultura de Sobra em Vitória


                                  

O Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo (Maes), no Centro de Vitória,  está em cartaz com uma exposição inédita de Tarsila do Amaral, uma das artistas mais importantes do modernismo. 

A mostra "Tarsila sobre papel" conta com 70 desenhos da artista, procedentes de diversas coleções particulares e institucionais.
"Tarsila sobre papel" ficará em cartaz no Maes até o dia 13 de fevereiro de 2011. A mostra é uma realização do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com apoio do Ministério da Cultura, e produção da Base7 Projetos Culturais. 

O desenho esteve presente ao longo da trajetória de Tarsila do Amaral, refletindo seu processo criativo e atestando seu percurso singular no Modernismo Brasileiro, um amplo movimento cultural que repercutiu fortemente sobre a cena artística e a sociedade brasileira na primeira metade do século XX.


A busca de uma identidade nacional, iniciada em 1924, ganha outro viés a partir de 1928, quando Tarsila mergulha nas imagens de seu subconsciente, provenientes das estórias de assombrações, lendas e superstições ouvidas na infância, na fazenda. Surgem então as "paisagens antropofágicas", habitadas por seres fantásticos e vegetação exuberante.

A artista realizou aproximadamente 1.750 trabalhos em papel ao longo de seus 55 anos de atividade. A mostra apresentará obras das três fases da artista.

Na segunda metade dos anos 1920, Tarsila registrou cidades da costa brasileira - como Santos, Rio de Janeiro, Vitória, Salvador, Recife e Fernando de Noronha, do convés do navio - nas constantes viagens entre Brasil e Europa.

Em 1924, Tarsila passou o Carnaval no Rio de Janeiro e a Semana Santa nas cidades históricas de Minas Gerais, acompanhada por um grupo de modernistas. Nessas viagens de "descoberta" do Brasil, a artista registrou, em cadernos de bolso ou blocos de desenhos, paisagens cariocas e mineiras, bem como elementos da arquitetura barroca e da cultura popular brasileira.

Essa importante série de desenhos e anotações não apenas deu origem às pinturas "Pau-Brasil", como também constituiu um vocabulário que se tornaria constante na produção de Tarsila, até suas últimas obras.


A quebra da bolsa de Nova York representou profundas mudanças no cotidiano de Tarsila, cuja família perdeu grande parte da fortuna. Findos os anos dourados, a artista passou por uma breve fase de preocupações sociais, seguida de retomadas de fases anteriores, mas sem o mesmo brilho. Durante as décadas de 1930 a 1960, Tarsila colaborou como ilustradora de livros e jornais do Rio de Janeiro e de São Paulo, produção praticamente inédita para o grande público.

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